sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Prato, garrafa e copos da série "Arte Nova" - Maria de Lourdes Castro - Fábrica de Loiça de Sacavém

A Fábrica de Loiça de Sacavém terá sido fundada entre 1856 e 1859, embora se tenha convencionado o seu nascimento em 1850, como estava inscrito nos painéis de azulejo à entrada da fábrica, celebrando assim o seu centenário em 1950.
Foi, provavelmente, em 1856 que Manuel Joaquim Afonso (1804-1871) procedeu à fundação da empresa, após adquirir larga experiência na indústria vidreira, quer na Marinha Grande, quer em Lisboa.
Entre 1861 e 1863, a fábrica é vendida a John Stott Howorth (1829-1893) e, após a sua morte, a herdeira Margarida Pinto Basto (1866-1916), estabelece sociedade com James Gilman (1854-1921), antigo guarda-livros da fábrica.
Depois da morte de seu pai, Raul Gilman (...-1935) toma a direcção da fábrica em parceria com Herbert Gilbert (1878-1962).
Posteriormente, a unidade fabril acaba por ficar na posse da  família Gilbert, sendo administrada por sucessivas gerações até à sua falência, declarada em 1994, sob a direcção de Clive Gilbert (n.1938).  
Na antiga localização da fábrica encontra-se hoje o Museu de Cerâmica de Sacavém, inaugurado em 2000, alberga o Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso.


Painel de azulejos à entrada da Fábrica de Loiça de Sacavém.


A F. L. Sacavém desde cedo teve ligações à produção cerâmica do resto da Europa, em especial Inglaterra, através dos seus proprietários, tanto ao nível da exportação do produto final, como da introdução de novas tecnologias e moldes.
O gosto Art Déco, fez-se sentir sobretudo durante as décadas de 20 a 40, no entanto, muitas das formas aí desenvolvidas, continuaram a ser utilizadas nas décadas seguintes, variando as decorações de modo a corresponder às solicitações do público. 
Os Anos 50, correspondem a um tempo de renovação no contexto europeu do pós-Guerra. Assim, a fábrica dá início a novas linhas, de linguagem moderna, sustentadas por uma estrutura industrial já bastante diversificada, quer nos produtos (azulejos, loiça doméstica, faiança artística e loiça sanitária), quer nas tecnologias. 
O volume de produção era de enormes dimensões, tendo como destino um mercado abrangente, tanto nacional (continental e ultramarino), como internacional, tornando a F.L.S. uma referência para a indústria cerâmica portuguesa.

Maria de Lourdes Castro/FLS - Frasco decorativo A-7 e copos modelo A-35. Anos 50 a 60. © CMP


Embora não possuam marca de fábrica, estas peças, produzidas durante as décadas de 50 a 60, encontram-se referenciadas nas folhas de modelos da série  Arte Nova com a designação Frasco decorativo A-7 e Copo A-35 e pertencem ao acervo do Museu de Cerâmica de Sacavém.



Maria de Lourdes Castro/FLS - Frasco decorativo A-7 e copos modelo A-35. Anos 50 a 60. © CMP


As imagens aqui publicadas foram recolhidas na exposição A Geometria das Cores, que apresenta uma selecção de peças e desenhos de inspiração geométrica, produzidos sobretudo entre as décadas de 30 e 60.
A exposição, destinada a celebrar o 11º aniversário do Museu, estará patente até ao final de Março de 2012.



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